Cardápio Polivalente

Sábado, 7 de dezembro de 2019. Acordei mais cedo que o habitual. Ainda assim não consegui superar o Fabinho ao registrar o meu bom dia no grupo dos colegas. Registrei.

Sentindo-me mais ansioso e agitado que de costume, preparei-me para a caminhada diária. Caminhei.

Estranha sensação de que naquele dia o tempo parecia mais preguiçoso. As horas se arrastavam como se dizendo: – Calma rapaz!!  Agitado, resolvi dar um trato no carro, castigado pela lama das últimas chuvas. Volta e meia, espiava o painel para conferência das horas…

Ansiedade típica daquelas de primeiro dia de aula. Friozinho na barriga.     – Como vai ser? – Quem vou encontrar?  –  Que roupa eu visto?

Por volta do meio dia, saio de casa. Destino: túnel do tempo!!

Ao chegar a casa da Aline, encontrei ainda na porta o Ricardo Barros. Notei a semelhança entre as nossas expectativas. Dedo na campainha. Três vezes… Fomos recebidos pelo nosso anfitrião, Lelo, marido da Aline. Ao entrarmos Aline, Mel e Fabinho vieram nos acolher.

Aos poucos, chegavam os outros colegas. Cada um que entrava, cumpria um mesmo ritual, desacelerava o passo e escaneava o ambiente. – Será que vou reconhecê-los. – Será que vão me reconhecer? Alguns eram de mais fácil identificação. Outros, demandavam uma “consultinha” ao banco de dados da memória, a fim de buscar características imutáveis. Olhos nos olhos e logo vinham os sinais de identificação positiva e acesso liberado. Seguiam-se então um calorosos e aguardados abraços e beijos. Reconfortante, gratificante.

Betinha, Serjão, Rubens, Fernando, Adarlete, Ilma, Helenice, Simone, Regina, Adriano, completaram o time.  Logo, rodas de bate-papo foram se formando. A vontade tão aguardada daquele reencontro era  flagrante e as rodas iam se reconfigurando a todo momento, rodando, como uma brincadeira de ciranda. Todo mundo querendo conversar com todo mundo.

Mesmo a distância, sentimos fortemente a presença dos colegas que não puderam comparecer. Estavam presentes na virtualidade e na instantaneidade do nosso grupo, ansiosos por notícias e fotos. Pelo calor das mensagens, fomos testemunhas do teletransporte do seus corações para aquele momento mágico.

Num determinado momento, Aline na voz, Mel na voz e piano nos brindaram com músicas maravilhosas. Bravo meninas!!!!

Adarlete, sempre gentil, distribuiu lembrancinhas. Mimos!!

O almoço?  Ah Aline e Lelo, como vocês são maravilhosos. Quanta generosidade, carinho e amor ao transformarem a casa de vocês naquela sala de aula da saudade. Atitude típica daqueles grandes de alma.

No cardápio, pratos típicos desse norte das terras de Minas, revigorando as raízes das nossas memórias olfativas e gustativas. Aquela paella mineira, meu Deus!!! Cerveja gelada, drinques e sucos deliciosos, hidratavam nossas conversas, molhavam nossas emoções. O Lelo, um verdadeiro mestre da culinária. Parabéns, tudo muito gostoso, temperado ao afeto.

No cardápio das emoções, saudade, lembranças, abraços, beijos, olhares, sorrisos, diálogos, afagos… Polivalência de sentimentos.

É colegas. Deu certo…Está dando certo! Graças à vontade, participação e colaboração de todos. Fagulhas do presente reacendendo o passado.

Sai daquele reencontro com a certeza de que, entre todos nós, existe um conexão muito forte, por vezes latente, mas que se ativa a cada novo estímulo.

Obrigado a todos vocês, queridos colegas, que têm nos proporcionado momentos tão especiais. Obrigado, mais uma vez, Aline e Lelo. Jamais me esquecerei de todos vocês.

Que nos encontremos muitas outras vezes e que possamos continuar essa viagem, sobre as rodas da nostalgia, guiados pelos sentimentos, impulsionados pelo combustível da amizade, na velocidade das emoções.

Por Anderson Nobre

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