por Ramon Freire Nobre – mar/2020
Um vírus para o mundo, nos obrigando a nos isolarmos e olharmos para nós mesmos! É nessa hora que nos sentimos vazios, dependentes das circunstâncias, porque, até então, éramos obrigados a andar no ritmo do mundo lá fora, viciados compulsivamente em gastar o tempo.
Agora, em nossos lares, temos que reaprender a aproveitar o tempo, reaprender degustá-lo. Aprender a viver e não mais a sobreviver! Estar vivo é fácil, o difícil é aprender a viver. A construir em nossos pequenos mundos, lares, um silêncio que ameniza o ruído da tempestade lá fora…
Um vírus que para todos, um vírus que para cada um. Cada um de nós, singularmente, irá viver essa experiência, essa realidade coletiva trágica de maneira extremamente particular, ou amenizando ou intensificando o sofrimento nessa experiência que nos pega de surpresa e despreparados. O medo, o pânico, a ansiedade, a insegurança são atualmente os sentimentos coletivos que nos atingem. É hora de usar, senão, aprender a administrar os recursos pessoais, focar mais em relações afetivas saudáveis, lúdicas com as pessoas que amamos.
Não vamos criar um vírus emocional dentro de casa. Não é essa a nossa natureza. É justamente nesses momentos difíceis, onde algo que não temos controle nos assusta, que temos que usar recursos, que talvez muitas vezes nunca usamos. É tempo de alicerçar os verdadeiros valores, pois passamos grande parte das nossas vidas presos num ritmo sem sentido, imersos na coletividade onde as coisas materiais assumem um valor maior que o nosso próprio ser, que nossas próprias identidades.
Um vírus que veio nos ameaçar, mas, ao mesmo tempo, nos dá a oportunidade de repensarmos o verdadeiro valor e sentido de nossas vidas! A verdadeira vida, a que realmente tem maior valor, a que se encontra dentro da gente. E ela não é medida pelo tempo, e sim, pela intensidade.
Se o vírus está lá fora, há muita vida onde continuamos. Intensificá-la plenamente é nosso melhor antídoto… Temos que nos concentrar nesse momento de superação a nós mesmos e as emoções negativas fazem parte desse contexto. Elas surgirão, com o medo, a ansiedade, a angústia, a insegurança (em todos os aspectos). Surgem involuntariamente, mas o importante é não focarmos nelas, não alimentá-las, buscar distrações e criar uma rotina em casa, para que a mente não fique ociosa e não abra espaço para emoções negativas! Limitar o uso da internet à conteúdos positivos, construtivos, criativos, evitando principalmente informações de conteúdos trágicos, pessimistas…
Vamos seguir em frente!