Havia um homem chamado Paulo de Tarso que era viúvo. Ele era viajante e partiu em viagem deixando em casa o seu filho pequeno, chamado João.
Enquanto estava longe, bandidos queimaram a sua casa e sequestraram o seu filho. Ao retornar o viajante encontrou as cinzas no lugar da casa e próximo dali o cadáver queimado de uma criança.
Paulo se jogou no chão e chorou desesperado durante muito tempo. No dia seguinte, Paulo apanhou as cinzas. Como o seu amado filho era a única razão de sua vida, ele fez uma bolsa e colocou as cinzas. Por onde ele fosse, levava consigo a bolsa.
Acontece que, dois meses depois, o menino conseguiu escapar do cativeiro e tomou o caminho de volta para casa. Chegou de madrugada e bateu na porta da nova casa que o seu pai havia construído.
O pobre homem estava deitado na cama, chorando e segurando a bolsa com as cinzas que imagina ser do filho. Ao ouvir as batidas perguntou:
– quem está aí? E ouviu em resposta: – sou eu meu pai, seu filho. O pai logo respondeu: – não, não é possível. Você morreu. Eu mesmo coloquei as suas cinzas nessa bolsa.
Ao se reencontrem o pai abraçou o filho e chorou de felicidade.
por Toni Freire/2022