Ontem, por uma janela de casa, deparei-me com uma imagem bastante comum ao cair das noites. De um lado um pequeno ponto luminoso, uma estrela. De outro, em sua fase crescente, a lua.
Talvez pelo contraste com o céu em crepúsculo, achei bonita aquela paisagem e resolvi fotografá-la. Sem os recursos técnicos adequados, a fotografia não ficou lá essas coisas, mas retratou um pouco daquela beleza. Simples, cotidiana.
A estrela, um pequeno ponto de luz própria, iluminando. A lua, maior e mais exuberante, sem luz própria, iluminada.
Penso que se observarmos pelas janelas do viver, podemos nos enxergar nesses diferentes astros celestes. Ora em estado luminoso, ora em estado iluminado.
Luminosos, quanto acendemos a nossa luz. Própria. Aquela, que vem de dentro, irradiando nosso brilho mais sublime. Distribuindo raios de luz em forma de amor, carinho, afeição, compaixão, doação, ensinamentos. Nesse estado, parecemos inesgotáveis. Por mais adversa que seja a situação, por mais que a distância pareça intransponível, por mais que obstáculos queiram bloquear nossa luminosidade, por menos visíveis que sejamos, iluminamos. Somos seres de dar mais do que de receber.
Iluminados, quando carecemos de luz. Alheia. Um conselho, um carinho, um ombro amigo, uma palavra de conforto, um auxílio financeiro, uma oportunidade, um ensinamento. Por vezes a recebemos sem pedir, pela voluntariedade brilhante dos luminosos. Luz amiga, que transmuta estados. Iluminados em luminosos. Luz que renova, que faz do minguante, crescente. Luz que nos enche e nos torna mais visíveis.
Benditos sejam os seres em estado luminoso! Estrelas…
Gratos sejam os seres quando iluminados estão. Luas..
Por Anderson Nobre