Por Anderson Nobre – mai/2020
Despertou-me a curiosidade,
Um homem e um animal,
Numa singela localidade.
Apenas como pano de fundo,
Chamarei de Jeremias o animal
E o homem, de Raimundo.
Olhando assim, Jeremias e Raimundo,
Num aparente desânimo; pergunto…
Quem estaria mais moribundo?
Penso cá com os meus botões…
Estaria Raimundo contrariado,
Por hoje em dia sem obrigações?
Estaria Jeremias a caminho da missão,
Lentos passos ao encontro da carroça,
Pressentindo a exaustão?
Estaria Raimundo, então, culpado,
Pelo ócio enfadonho,
Destino de aposentado?
Estaria Jeremias, então, maltratado,
Pelos seguidos fretes da vida,
Sonhando descanso nunca chegado?
Estarão, Jeremias e Raimundo a desejar,
Num rápido encontrar de olhos,
Uma simples troca de lugar?
Onde um, volta à lida,
E o outro, põe-se a descansar,
E mandam, pra bem longe, essa vida sofrida?
Por Anderson Nobre