Ali, na rua de trás, havia um outro portão. Acho que raramente abriam esse portão. Mas ali, perto do já mencionado “campinho” de terra, tinha uma dona que vendia coxinhas. Na verdade era uma coxinha diferente. Era comprida, mais parecendo um croquete. Mas, na estratégia de marketing a dona vendedora anunciava como “Olha a coxinha!!!”.
Lembro-me que custava 5 centavos do dinheiro da época. Parece pouco, mas para muitos de nós era dinheiro! Então, nas poucas oportunidades que eu tinha, corria lá durante o intervalo e adquiria o precioso quitute. A coxinha era pequena, mas como para mim era artigo raro, passava quase todo o intervalo saboreando a delícia. Mordendo pedacinho por pedacinho. Quem achasse um fiapo de frango ali, ganhava um prêmio. Era massa!!!! Encharcadas em óleo, provavelmente reciclado à enésima potência, curtidas pelo sol já escaldante das manhãs deste norte mineiro, as coxinhas ficavam dispostas em filas no tabuleiro da vendedora e cada um retirava a que comprou. Guardanapo? Sem chance!!!. Ao lado, sempre disponível um molho apimentado, de ingredientes duvidosos, mas que, eu acho, esterilizava o alimento, pois não tínhamos nenhuma sessão de lava mãos antes da refeição.
Era boa demais aquela coxinha!!!
por Anderson Nobr