A expressão popular “ducha de água fria” é utilizada para caracterizar uma situação frustrante, decepcionante. Uma desilusão.
Nos últimos dias o planeta se viu tomado por notícias de um novo tipo de vírus, chamado oficialmente de SARS-CoV-2, uma variante do já conhecido Coronavirus, que causa uma doença respiratória, que pode ser grave, denominada COVID-19.
As últimas notícias reportam milhares de mortes e quase uma centena de milhar de infectados em todos os continentes. No Brasil, o primeiro caso foi confirmado agora em fevereiro, fazendo com que as autoridades de saúde e a população adotem medidas emergenciais de prevenção e de tratamento à nova enfermidade. Caramba!! Já não basta a nossa “carga viral” diária e agora mais uma preocupação.
Também pudera, na China, onde se iniciou a doença, há o hábito do consumo de animais silvestres, provavelmente sem nenhum controle sanitário. Morcegos, cobras, pangolins… Todos são suspeitos de terem repassado o vírus para os humanos. “Negócio da China!?!”
Pela alta capacidade de transmissão da doença é natural que ensaios de pânico e medo se apresentem. Contribuem para isso a rapidez com que a doença se espalha e, com ela, a chuva de informações sobre o tema que se propagam mundo afora. Logicamente, torna-se também campo fértil para as ditas fake news, que em nada auxiliam no combate a proliferação da doença.
Fica claro e evidente que de tempos em tempos o mundo é abalado com epidemias e pandemias, cada vez mais desafiadoras. Acrescente-se o fato de que o mundo está altamente globalizado pela facilidade de deslocamento das pessoas pelos quatro cantos da terra, o que faz com que os agentes patológicos viajem rápido e facilmente. É, esse Corona veio de carona!!
A concentração de grandes populações em áreas urbanas, a baixíssima qualidade de vida e das condições sanitárias verificadas em determinadas regiões e, cada vez mais, a concentração de aglomerados de pessoas em determinados locais – transporte público, grandes edificações, eventos diversos, etc. – facilitam em muito a propagação de doenças infectocontagiosas.
Não obstante o incrível avanço da medicina e o advento maravilhoso das vacinas, há situações inesperadas como a do novo Coronavirus, que nos trazem desafios extremos e emergenciais. Cientistas ao redor do planeta trabalham de forma acelerada no desenvolvimento de medicamentos e vacina para combate ao novo inimigo. Mas, é praticamente certo que teremos uma pandemia de COVID-19.
Quem, ciente das alta capacidade de transmissão do novo vírus, já não se pegou, ainda que num instantâneo de tempo, imaginando um cenário catastrófico, com milhões de pessoas infectadas, vestidas e revestida de roupas plásticas, isolantes, máscaras, luvas, botas, vagando como zumbis pelas ruas em busca de proteção ou tratamento? Quem, diante dos números divulgados, já não projetou o caos econômico e social, com desemprego e desabastecimento generalizados? Ares apocalípticos comuns em tempos de pandemia.
É preciso, então, que adotemos os procedimentos de prevenção preconizados pelas autoridades de saúde.
É preciso, mais do que nunca, que fiquemos atentos às informações e orientações acerca do assunto, inclusive quanto às situações que demandam notificação ao sistema de controle epidemiológico.
É preciso que cuidemos para evitar a disseminação virulenta de notícias falsas ou alarmantes, sem antes checarmos a procedência das mesmas.
E, sempre, é preciso acreditar na incomensurável capacidade do ser humano de vencer tais enfermidades. A nossa história já demonstra tal retrospecto.
Precisamos manter as nossas resistências sempre ligadas, de forma a transformarmos essa “ducha de água fria”, em um banho que, ainda que demore, vai se aquecendo aos poucos, revigorando, curando.
Resta-nos, então, agir positivamente, com força, coragem, responsabilidade e fé.
Por Anderson Nobre